segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Curiosidade!

Uma curiosida sobre A Casa em Riva San Vitale!
A região onde a casa foi construida, na época de sua construção, não contava com muitos vizinhos, a falta de outras casas no local e o seu formato de torre, despertou a curiosidade das pessoas, que inicialmente acreditava que se tratava de uma construção militar!
O uso de blocos de concreto, sem reboco e com sua cor natural ,deixou ainda mais forte essa curiosidade.



Casa em Riva San Vitale


Old "Roccolo", Também localizado em Ticino.

domingo, 29 de novembro de 2009

Design.

Mario Botta é uma figura bem diferente e sua presença pode despertar outros tipos de impressões. Sua arquitetura é em larga medida uma arquitetura de símbolos e abstrações, que ele explica e justifica com uma linguagem rica e exuberante: linguagem verbal que dá expressão a uma filosofia de alto teor espiritual; e linguagem figurativa de rigor geométrico e de uma estética de perfeição, que se manifesta tanto no partido de cada projeto, quanto nos detalhes.

Podemos ver a prova dessas ricas palavras tanto em suas obras mais grandiosas como também nos seus trabalhos de design de objetos.









Fonte:

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Prêmios!


Mario Botta sempre investiu intensamente na pesquisa em arquitetura e, desde 1996, está envolvido como criador e fundador de uma nova academia de arquitetura em Ticino. Seu trabalho conquistou reconhecimento mundial e importantes prêmios, entre os quais Merit Award for Excellence in Design by the AIA for the Museum of Modern Art in San Francisco, the IAA Annual Prix 2005, International Academy of Architecture, Sofia Bulgaria pela Torre Kyobo, o International Architecture Award, the Chicago Athenaeum Museum of Architecture and Design e o “European Union Prize for Cultural Heritage Europa Nostra”.



quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Outras obras de Botta.

Algumas das
obras do arquiteto Mario Botta.


SPA Tschuggen Berg Oase, Suiça


Restauração do Theatre alla Scala, Itália.


Igreja do Santo Volto, Itália.


   Kyobo Tower, Corea do Sul.


Fundação Martin Bodmer Livraria e Museu, Geneva.


Petra Winery , Itália.


Museu de Arte Moderna, Estados Unidos.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Botta e a Arquitetura Contemporânea.

No início dos anos 70, Mario Botta chamou a atenção dos apreciadores da arquitetura de todo o mundo. Com o fim do modernismo e o avanço do pós-moderno, os trabalhos de Botta jogaram luz sobre os possíveis rumos da arquitetura. O arquiteto acabou se tornando uma celebridade, com projetos espalhados por diversos países e monografias publicadas sobre sua obra.

Suas obras tendem a ter uma ênfase no rigor geométrico e uma tentativa de conciliação da arquitetura tradicional com a estética do movimento moderno. Os seus materiais preferidos são o tijolo aparente e a pedra, e a maioria de suas obras surgem como grandes monumentos na paisagem.
Claramente seguidor do Modernismo, Mario Botta aprende os conceitos estabelecidos por aqueles que foram seus mestres, como os arquitetos Lois Kahn e Carlo Scarpa , e a partir deles elabora sua arquitetura.
Hoje Botta pertence a uma geração já identificada ao Movimento Moderno, dentro das faculdades, entre o sistematizado e o institucionalizado, onde circulam as predileções e o entusiasmo por certos artistas.

Mario Botta

Fonte:http://ireneslopes.spaces.live.com/blog/cns!B4F2280AC1F2A4CC!807.entry?sa=299258372

domingo, 22 de novembro de 2009

A arquitetura contemporânea e o Meio Ambiente.

O século XX foi o período em que o homem mais poluiu a Terra e explorou suas reservas naturais, levando muitas ao esgotamento. Isso nos leva a outra corrente que chama muito a atenção: a de obras ambientalmente sustentáveis, ou seja, que causem o menor impacto possível no meio ambiente. Provavelmente, o maior exemplo disso seja o “30 St Mary Axe”, em Londres, edifício de 180 metros que consome metade da energia que um prédio do mesmo porte.


O extremo dessa tendência está na China, que é, ironicamente, o maior poluidor do planeta. Dongtan é o nome da “ecópole” que os chineses estão construindo na Ilha de ChongMing, com a ambiciosa meta de emissão zero de CO2. Como? Fazendo prédios baixos que não precisem de elevador, sistema inteligente de distribuição de água que permite gastar metade de uma cidade normal, transformando lixo e esgoto em gás de cozinha e usando apenas energia solar. O povoamento será gradual, de forma a estabelecer um crescimento organizado, até a marca de 500 mil habitantes em 2050.



Essa solução da China é muito interessante, o Brasil deveria seguir o exemplo!



“30 St Mary Axe”, em Londres.

Fonte:

Arquitetura Contemporânea

A arquitetura contemporânea desempenha um papel muito delicado. De um lado, temos uma sociedade de consumo, valorizando aspectos secundários e descartáveis da arquitetura de efeito. Mas a arquitetura exige tempo. Afinal, o território da memória, da história, não é só o da função. Portanto, o arquiteto de nossos dias deve ser um profissional que seja um misto de filósofo e historiador. Em síntese, ele deve saber interpretar os novos sonhos e desejos do ser humano com imaginação, ética e criatividade.
A arquitetura contemporânea abarca todos os movimentos, tendências e técnicas arquitetônicas utilizados nos tempos atuais, sucedendo à arquitetura moderna.
A tendência mais difundida na arquitetura contemporânea é o pós-Modernismo, que prega a colisão de estilos anteriores e a adoção de assimetria e formas geométricas não-lineares (desconstrutivismo).
Diversos arquitetos compõem as manifestações da estética contemporânea, dentre os quais os principais são Le Corbusier, Frank Lloyd Wright, Jacobus Johannes Pieter Oud, Oscar Niemeyer e outros.


Algumas obras comtemporâneas:



Capela de Ronchamp - Le Corbusier


Casa da Cascata - Frank Lloyd Wright


Museu de Niteroi - Oscar Niemeyer

Fonte:

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Botta e o Design.

O arquiteto Mario Botta além de mostrar em suas obras o seu entendimento em design, ele mostra também em uma linha de espelhos que ele criou composta por pétalas de madeira.
A estrutura não é fixa e pode ser variada de acordo com o gosto de cada um.
Bem diferente e moderno!





quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Livro.


O arquiteto Mario Botta possuí um livro escrito por Paco Asensio, que conta um pouco da trajetória de sua vida e também fala das suas obras.


Capa do Livro


Sinopse:


Desde muito cedo que Mario Botta demonstrou um especial interesse pela arquitectura e outras artes; assim o provam a escolha do seu primeiro trabalho, como desenhador técnico, e os estudos que seguiu no Liceu Artístico de Milão. O seu aprendizado juvenil culminou com a licenciatura em Arquitectura pela Universidade de Veneza e colaborações nos projectos de Le Corbusier e Louis Kahn. A influência do racionalismo no seu trabalho não o fez renunciar a uma particular sensibilidade ao terreno, às condições topográficas e às técnicas de construção autóctones para dar forma a obras que conjugam o moderno e o tradicional. Todos os projectos de Mario Botta, desde o desenho de relógios, passando pelas pequenas casas unifamiliares na região alpina do Tirol, até aos grandes museus como o MOMA (Museum of Modern Art) de São Francisco, se regem pela mesma finalidade: reconciliar a geometria, a ordem e a funcionalidade com a imaginação, o simbolismo e a poesia.
 
 
Informações sobre o livro:
 
Mario Botta

de Paco Asensio

Edição/reimpressão: 2004

Páginas: 80

Editor: Dinalivro
 
É um livro pouco comum nas livrarias, o local mais fácil para adquiri-lô são as livrarias online.
 
Onde encontrar?

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Botta no Brasil.

A última passagem do arquiteto suiço pelo Brasil foi em outubro de 2008.

Mario Botta esteve em São Paulo para uma palestra no MCB - Museu da Casa Brasileira, sobre seus recentes trabalhos.
A visita aconteceu devido a uma parceria entre o Consulado Geral da Suíça em São Paulo, o Museu da Casa Brasileira, e a Faculdade de Arquitetura da Escola da Cidade, com o apoio do Instituto italiano de Cultura. O arquiteto apresentou alguns de seus trabalhos mais recentes na época, como o Spa Tschuggen Berg Oase, em Arosa (Suíça), e a igreja Santo Volto, em Turim, que revitaliza o cenário urbano. O evento foi parte das comemorações da "Semana da língua italiana no mundo".

 


Imagem: http://www.caras.com.br/
Fonte: http://www.portaldoarquiteto.com/



Casa Bianchi e suas fachadas.

A partir da antiga estrada que chega ao local , uma ponte de metal fino, com 13 metros de altura e 10 metros de comprimento, conduz à casa. A sensação, ao atravessar a ponte em direcção a casa, é de entrar na paisagem, e os olhos vão além da igreja de Melano, no outro lado do lago.

A casa está organizada em torno de uma escadaria central, possuí um estúdio, um terraço superior com vista para o lago e as montanhas,um quarto para os pais com um espaçoso terraço, um quarto para as crianças, uma sala de jogos, cozinha,sala de estar, adega, alpendre.
Os quartos se comunicam visualmente entre si e com os outros espaços, incluindo a cozinha e a sala de estar.
Cada abertura na fachada mostra uma visão específica e expressa a opinião de Mario Botta em que a arquitetura é o desenho de um local.Portanto, suas fachadas não são simplesmente uma questão de decorar a superfície exterior de um edifício. Elas expressam uma relação entre o interior da casa com o entorno.






Fonte: www.storiesofhouses.blogspot.com

domingo, 15 de novembro de 2009

A Casa Bianchi e o meio ambiente.

A principal preocupação de Mario Botta era propor uma casa que marca o limite da expansão descuidada da aldeia como um meio de proteger a floresta. Devido ao protesto de Botta com sua poderosa arquitetura e logo após a conclusão da casa, um novo regulamento de planejamento urbano declarou o meio ambiente como um cinturão verde e, portanto, nenhuma construção, ainda foi aprovado na área. Esta é a razão por que esta casa está sozinho em sua paisagem protegida.


Reconhecendo que um edifício transforma a natureza, Mario Botta insistiu em se comprometer a construir um espaço agradável e humano. Evidência desse diálogo estão nos cartazes do Ticino Tourist Office, que mostra imagens de paisagens da Suíça com a arquitetura de Botta. No caso da casa em Riva San Vitale, ele reinterpretou o tipo de vernáculo da torre para proteger a paisagem, juntamente com o atendimento dos desejos de seus amigos.




Localização da Casa Bianchi.

No norte da antiga aldeia de pescadores, Riva San Vitale, está localizado no final de uma pequena estrada que sobe ao longo das encostas da montanha em direção à fronteira de um extenso bosque. O local onde a casa Bianchi foi construida era uma terra bonita de 850 metros quadrados coberta de castanheiros, que Leontina Bianchi herdou, sobre uma colina que leva ao Lago de Lugano e enfrentou o imponente Monte Generoso entre os picos do Prealpi Lombard, que são geralmente cobertos de neve .



Lago Lugano

Casa Bianchi.

A Casa em Riva San Vitale, também é conhecida como casa Bianchi. O motivo pelo qual também podemos dar esse nome, é que a construção da casa foi solicitada por um casal que possuía o sobrenome Bianchi.
Carlo Bianchi e Leontina eram amigos íntimos do estudante de arquitetura suíço Mario Botta, ele havia remodelado um apartamento antigo para eles, na aldeia de Genestrerio, na Suíça.
 Em 1971, após terminar seus estudos, Botta foi solicitado pela mesma família para projetar uma nova casa, mas desta vez no campo do Cantão Ticino.
Embora o mandato foi muito semelhante - uma casa de baixo orçamento, com quartos para um casal com dois filhos - o processo de pensar esta nova casa era muito diferente.
Na verdade, agora era como construir uma casa começando pelo telhado, segundo Botta.









quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Casa Rotonda.

Outro projeto residência importante do arquiteto Mario Botta é a Casa Rotonda.
O edifício em planta circular, é organizado segundo o eixo norte-sul, ao qual corresponde uma facha de vazio que ascende até uma clarabóia, que secciona o volume. A casa localiza-se em Ticino, na Suiça e assume a forma de uma coluna. O espaço vertical possui áreas de tempo livre, de serviço e de objetos técnicos da casa. Além de sala de refeição, escritório, cozinha, quartos.
Tem o objetivo de ser uma habitação familiar, próxima de muita aréa verde.







Fonte: http://victorian.fortunecity.com/parkstreet/418/botta/rotonda.html

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Maquete

Em uma das pesquisas no Google (http://www.google.com.br/) sobre a Casa em Riva San Vitale, encontramos fotos da maquete de um(a) estudante de arquitetura que fez a mesma maquete que nós escolhemos. Infelizmente não conseguimos mais dados da pessoa que executou, mas temos o link onde essas fotos e outras fotos de maquetes podem ser encontradas :http://www.flickr.com/photos/arquitetando/2555380230/ .
Vale a pena olhar, além da Casa em Riva San Vitale tem outras maquetes de obras de arquitetos famosos.


sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Teatro Municipal SP


Durante a passagem de Botta por São Paulo, em 2004, a Secretaria Municipal da Cultura levou-o até o Teatro Municipal (projeto de Ramos de Azevedo), com o objetivo de que opinasse a respeito do restauro da fachada da edificação, então anunciado pela prefeitura. Isso porque, o departamente de patrimônio histórico do município e a equipe de arquitetos do teatro, em um diagnóstico do prédio, constataram a necessidade de recuperar a fachada.

A visita de Botta ao Municipal levou a imprensa a cogitar que a prefeitura estivesse articulando sua participação no trabalho - especulação desmentida pelo secretário municipal da Cultura, Celso Frateschi.

Em 2008, segundo o jornal Estadão, o teatro iria começar realmente a ser restaurado, o que não aconteceu em 2004 após a visita do arquiteto Mario Botta.



Fonte:
revista PROJETODESIGN
Edição 294 Agosto de 2004
Imagem:
www.achetudoeregiao.com.br

Entrevista

Entrevista com o arquiteto Mario Botta

Fonte: http://www.arcoweb.com.br/







"É bonito sentir-se um cidadão do mundo”

No início dos anos 70, Mario Botta assombrou, com sua obra, os apreciadores da arquitetura de todo o mundo. Com o fim do modernismo e o avanço do pós-moderno, os trabalhos de Botta jogaram luz sobre os possíveis rumos da arquitetura. O arquiteto acabou se tornando uma celebridade, com projetos espalhados por diversos países e monografias publicadas sobre sua obra. Bem-humorado, de raciocínio rápido e inteligente, Botta concedeu esta entrevista em junho de 2000, durante visita a São Paulo.

Você trabalhou com arquitetura antes da faculdade, não?
Em 1958, com 15 anos, abandonei os estudos secundários e comecei a trabalhar como desenhista, no escritório de Tita Carloni e Luigi Camanish, dois importantes profissionais da região do Ticino. Essa foi minha sorte: só depois dessa experiência é que fui estudar arquitetura. Acreditava que, antes de cursar a faculdade, tinha que trabalhar em um bom estúdio.

Na época de sua formação, não existia escola de arquitetura em sua região de origem. A maioria dos estudantes preferia cursar arquitetura na Escola Politécnica de Zurique a ir à Itália, pois teriam problemas legais para trabalhar na Suíça. Os que escolhiam a Itália, em geral, iam a Milão.
Por que sua opção por Veneza?

Por duas razões: pela cultura italiana e por Veneza em si. Interessava-me viver em uma cidade como essa. A outra alternativa era, de fato, Zurique, que não me agradava.

Essa escolha também foi motivada pelos professores de Veneza?
Realmente era uma boa escola, mas em princípio eu não a conhecia, nem seus professores. Havia nomes como Carlo Scarpa, Ignazio Gardela e Leonardo Benevolo. Era uma equipe docente brilhante, naquela época. Mas foi sorte minha; não sabia disso antes de entrar lá.

Durante sua temporada em Veneza, o senhor chegou a trabalhar com Le Corbusier.
Como foi essa experiência?

Foi um presente propiciado por Veneza. Quando cheguei à cidade, havia nela três pontos de referência: Carlo Scarpa, que residia lá e era professor; Le Corbusier, que fazia o projeto para um novo hospital, seu último trabalho; e mais tarde, em 1969, Louis Kahn, que desenvolvia o projeto do Palácio do Congresso. Para mim, Veneza, com a presença deles, apresentava-se como uma situação particular.

O senhor poderia falar, mais especificamente, sobre seu trabalho com o mestre franco-suíço?
Foi o último projeto de Le Corbusier, e ele era muito franco, muito amargo durante o processo. Não trabalhei diretamente com ele, mas com seus colaboradores. Eu desenvolvia as plantas em escala 1:500 e participava das reuniões com os médicos. Havia um escritório em Veneza montado para esse projeto. Depois, em setembro de 1965, um mês antes de morrer, ele me convidou para trabalhar em seu famoso escritório da rue Sevrès, em Paris. Fui um mês depois. Cheguei à França justamente quando ele tinha acabado de morrer. Foi uma situação muito triste, mas, ao mesmo tempo, interessante. Era como o funeral da arquitetura moderna. Passavam por lá grandes personagens, como Josep L. Sert, Oscar Niemeyer, Lúcio Costa, entre outros. Passei o inverno de 1965 trabalhando em Paris no projeto para Veneza, que foi muito modificado.

O senhor chegou a trabalhar com Le Corbusier?
Eu o conheci em Veneza, mas não em sua mesa de trabalho.

E com Louis Kahn?
Com Kahn foi diferente. Ele foi a Veneza em 1968 para fazer o projeto do Palácio do Congresso. Eu era amigo de Bepi Mazzariol, que era o responsável pelo levantamento de dados para o projeto, e atuava como seu auxiliar. Enquanto ele estava na Filadélfia, eu ajudava, mandando dados, materiais etc. Quando Kahn veio trabalhar em Veneza, fiquei um mês com ele em um pequeno estúdio no Palácio Ducal, antes da apresentação do projeto, fazendo maquetes. Esse foi um trabalho direto.

E como ele era?
Um homem messiânico! Sempre atrás da origem dos problemas. Não o interessavam as soluções predeterminadas, mas descobrir os problemas. Para mim, foi um encontro determinante.

Seu projeto de conclusão de curso na faculdade continha conceitos muito próximos dos que o senhor emprega até hoje.
Ali já estavam claras suas características de arquiteto?

Não creio. Terminei a escola com muito entusiasmo e tive a sorte de já haver trabalhado. Logo após a conclusão do curso, Kahn me convidou para trabalhar com ele em Dacar, no Senegal. Não aceitei. Preferi iniciar minha carreira com uma pequena obra de restauro na casa de um amigo, como a maioria começa. Não tinha relações políticas, nem econômicas. Era apenas um garoto do campo.

Essa casa foi publicada?
Sim, em uma edição com
Creio que ele possui uma continminhas obras completas.

Mas seu trabalho já mostrava maturidade desde o início?
Creio que ele possui uma contunuidade. Em Veneza, abordavam-se os problemas da cidade, do território. Em Zurique, não havia essa discussão. Eu era jovem quando iniciei minha carreira profissional, e comecei junto à então nova geração do Ticino, com Tita Carloni, Aurelio Galfetti, Luigi Snozzi. Trabalhávamos com uma dimensão nova, para nós era uma descoberta, uma questão de conhecimento arquitetônico, não só de experiência. Por isso, a escola de Veneza teve importância fundamental para mim.

E a escola de arquitetura no Ticino que o senhor está coordenando?
A proposta parte de uma idéia muito simples: a base dessa escola está sendo criada para responder à complexidade do moderno e sua velocidade de transformação. Para os arquitetos, é muito importante ter boa formação em disciplinas da área de ciências humanas e não somente em matérias técnicas. Começamos a ensinar filosofia, história, teoria, ou seja, uma série de elementos que possibilitam analisar o projeto de forma crítica. Uma escola que permite descobrir a origem dos problemas em vez de simplesmente dar soluções prontas. A proposta parte de projetos e sua centralização, para criar elementos críticos.


De certa forma, ela é parecida com a que estava estabelecida em Veneza?
Há uma evolução, pois, afinal, faz 30 anos! Atualmente, existem outros problemas, com maior diversidade. Nossa proposta é de uma escola de reflexão crítica, diante da grande complexidade do mundo atual. A arquitetura suíça passa atualmente por fase atípica.

Como pode um pequeno país, com poucas escolas de arquitetura, ter tamanha diversidade na produção, especialmente dos arquitetos dos cantões alemão e italiano?
Isso faz parte das diferentes culturas da Suíça, não é de forma nenhuma negativo. Em uma comparação específica entre essas duas regiões, acho que a Suíça italiana deve guardar a Itália, deve nutrir-se da Itália, redescobrir sua natureza mediterrânea, latina. Sua reflexão crítica é mais forte se comparada ao pragmatismo alemão, ao qual deve se contrapor criticamente. Nesse sentido, a escola que estamos criando no Ticino é muito internacional. Temos professores de todo o mundo - porque o arquiteto é um cidadão do mundo e deve propor a arquitetura como testemunho crítico da sociedade, da qual é um reflexo. Mas não anônimo: é um reflexo capaz de determinar as coisas, corrigir. Não pode mudar a sociedade, mas pode mudar a arquitetura.


E, enquanto cidadão do mundo, como fica a situação do arquiteto? Como pode fazer um edifício em outro continente sem perder o controle da obra?
Isso não é negativo, tampouco novo. Um arquiteto do Ticino pode trabalhar na Califórnia, construir em São Petersburgo ou em Moscou. Trata-se da migração cultural, que não é um problema atual, já acontecia no passado. A história da Suíça é uma história de migrações. O problema é que, quando se vai trabalhar sob novas condições, é possível ter o saber global, mas com uma identidade local. Creio que uma arquitetura não pode ser anonimamente cosmopolita. A realidade se liga a um território, a um lugar, a uma história e uma memória, que são importantes. Ou, em outros termos: tenho convicção de que o território em que trabalha o arquiteto é o da memória. Não é o do futuro. Na realidade, continuamos a reler criticamente o passado. Isso é muito importante. Como fez Picasso, Henri Moore ou Paul Klee, retornando sempre a um pedaço da história da humanidade na Terra. Tudo isso para ver se resistimos à folia do mercado, do consumo e do moderno. Sua obra, quanto ao mercado e comparada às dos outros arquitetos do Ticino, é muito mais conhecida... Quanto a isso, não posso dizer nada. Tive outras oportunidades, comecei a trabalhar muito cedo e tive a sorte de conhecer grandes mestres. Ou seja, uma série de circunstâncias que me favoreceram. Eu posso trabalhar no mundo, fazer uma igreja, uma sinagoga. É bonito sentir-se um cidadão do mundo.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Mario Botta


Nasceu no cantão do Ticino, Suíça, em 1943, onde iniciou sua atividade profissional aos 15 anos, quando abandonou os estudos e decidiu trabalhar como desenhista em um famoso escritório de arquitetura. Somente depois da experiência profissional, Mario Botta acreditou estar preparado para estudar Arquitetura.
Como na região onde habitava não havia escolas de Arquitetura, havia a opção de estudar em Zurique, Milão ou Veneza. Mario Botta optou por Veneza, no curso de Arquitetura no Instituto Universitario di Architettura (IUA), onde graduou-se em 1969.
Sua obra possui influências da arquitetura de Le Corbusier, Louis Kahn e Carlo Scarpa, com quais teve contato durante o curso em Veneza.

Desenho 3D


Desenhos 3D da Casa em Riva San Vitale, mostrando o pé direito bem alto e também mostrando a grande quantidade de luz que entra através dos vidros.

Plantas

A casa ocupa uma planta quadrada e tem o aspecto de um prisma escavado.
Vista da montanha de onde parte a rampa, a vivenda parece flutuar sobre o precipício.
A passagem de entrada penetra no coração da vivenda, constituído pela escada que liga os três pisos, todos com configurações diversas, de acordo com o espaço disponibilizado pelas cavidades que a fachada exibe.













quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Introdução.

Construida na vertente do Monte San Giorgio, a casa Riva San Vitale é uma das primeiras casas projetadas pelo arquiteto Mario Botta. Localiza-se à beira do Lago Lugano seu acesso é através de uma vistosa ponte de metal vermelha.






A Casa Riva San Vitale está inserida numa paisagem natural e apresenta-se como uma torre e é possível percebe-se nitidamente a intenção de estabelecer uma relação entre a construção e as nuances do relevo da região.

Fonte:

DESLANDES, Philippi. Exemplos de Arquitetura. s.l : Hemus, 2004. 174 p.